sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Porque achar que a gente é trouxa?

Ontem, saí mais cedo do escritório e fui direto pra casa preparar uns equipamentos pra uma gravação.

Cheguei por volta das 17h, meti um café e fui pro meu "quase-estúdio" (também dito por alguns, como home studio). E tô ali arrumanto umas coisas bem tranquilo, quando olho pela janela e vejo um gurizote no portão batendo palma: - Oh, de casa!

Saí para atendê-lo!

Caminhando em direção a ele fui notando seu "naipe": roupa simples, mochila nas costas, um caderno na mão, um crachazinho preso ao casaco,...
Digo: - Opa, boa tarde!
E ele: - Tudo bom? Meu nome é Luiz, sou da Univesp. Uma universidade de São Paulo e estou visitando toda vizinhança, fazendo uma pesquisa e trazendo informações sobre vida e saúde. Queria saber se o sr. poderia me receber por uns minutos... Já estive na casa do seu vizinho fulano e na casa da dona ciclana, fui muito bem recebido por eles.

Pensei: - Bueno, não deve ser ladrão. Ou se é, tá muito bem informado, pois conhece toda vizinhança! Ah, e também, não faz o tipo malvado. Magricelo, cara de tonto, meio atrapalhado pra falar, aparentava uns 18, 19 anos.

Abri o portão, dei um "pára-te-quieto" na cachorrada e levei-o até a mesa da sala.

Sentamos e o guri começou a palestrar. Minha coroa veio pra volta saber o que era e ficou por alguns minutos ouvindo o que o moço dizia. Eram informações bem interessantes, estatísticas sobre doenças no país, alimentação do brasileiro, o que é e o que não saudável comer, aquela velha história do churrasco que faz mal pro coração (e eu vou morrer comendo)...

Enfim, ele ia falando e mostrando algumas ilustrações que estavam no tal caderno, em punho desde a hora que o vi no meu portão.

Até que vem o papo: - Bom, eu poderia falar mais de 300 dicas para o senhor, mas com certeza daqui meia hora você não lembraria de 1/3, não é?
Eu: - É verdade!
Ele: - Por isso eu trago aqui a revolucionária revista Vida e Saúde blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá blá...

E se foi "campoafora" falando.

Eu já tava com sono, com raiva e ao mesmo tempo com pena. Ele tinha cara de coitado e no meio da conversa chegou a dizer que o dinheiro da assinatura iria ajudá-lo a pagar a faculdade.

Mesmo que não fosse verdade, era um trampo do cara e eu, mesmo muuuuito a fim de começar a sacanear o guri, fiquei frio.

Ao final da conversa, já estavamos em R$315,00 = assinatura da revista por 13 meses + dois livros grandões, ilustrados e tals sobre saúde + um outro livro que não tinha muito a ver com o assunto, mas devia ser da mesma editora.

Legal!

Disse: - Gostei da revista. Interessante, mas não vou assiná-la. Se eu quiser somente este pequeno livro, quanto custa?
Ele: - R$30,00 senhor!
Eu naquela situação de pena com um pensamento de que queriam me lograr, disse: - Beleza, vou comprar o livro.

Até agora, fico pensando se a missão dele não era justamente vender aquele livro e o resto foi pra atrapalhar meu raciocínio já sequelado!

Abaixo, segue um videozinho MARA com "Os barbixas" pra ilustrar um caso como este!
Obs.: No vídeo, o cara com o casaquinho SPORTIVE é primo do nosso Alemão Timblim...


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