sábado, 18 de outubro de 2014

Warst du schon mal in Bahia? - Parte 5

A Alemanha ganhou a Copa e o título de seleção mais simpática, este último em parte provocado pela imagem de turistas felizes e bons moçosPor ocasião da vitória acachapante sobre o Brasil, muito se disse que o clima entre eles era de constrangimento. Em Santo André, corre que naquela noite os rapazes voltaram cabisbaixos. Funcionários do resort relatam, com certo orgulho, que o dia seguinte foi de poucas brincadeiras.

7x1: o massacre alemão

Além do jogo de bola com crianças, do hino do Bahia entoado com torcedores locais e da dança com os pataxós, abundaram na mídia e nas redes sociais notícias das benesses que os alemães teriam proporcionado ao pequeno vilarejo. Dentre elas, a reforma do campo de futebol, a entrega de um veículo para uma aldeia indígena, a doação das bicicletas usadas pelos atletas, além do financiamento do turno integral de uma escola, para a qual também comprariam carteiras.

https://www.youtube.com/watch?v=5Ut2wqDXClw&noredirect=1
Alemães interagiram o tempo todo com a comunidade

Considerável também foi a imprecisão na cobertura do legado. Na manhã de 14 de julho, a paulista Patricia Farina, diretora da escola municipal, conversava com uma jornalista da Rede Globo. Apesar do tom tranquilo, a diretora emanava irritação: reclamava de uma matéria do dia anterior, em que o repórter Pedro Bassan, da mesma emissora, afirmara que a DFB estaria bancando o turno integral na escola. De fato, prometeram a doação de 20 mil euros anuais por quatro anos, mas o projeto ainda não está firmado e o dinheiro só vai cobrir dois dias de período integral por semana.


O hino do Bahia

Alguns jornais também noticiaram que as carteiras da escola haviam sido doadas pela DFB. Cascata. As carteiras estão lá desde o ano passado e foram adquiridas por meio de uma campanha entre moradores. “A escola é apoiada pelos moradores daqui. A ajuda dos alemães é muito bem-vinda, mas daqui a pouco vão pensar que estamos ricos e parar de doar”, comentou Patricia, franzindo a testa. Ela implorou à jornalista que passasse as informações corretas.

A dança dos Pataxós

O campo de futebol da vila está sendo gramado, mas não por uma gentileza da DFB, como foi divulgado. A reforma foi uma das contrapartidas acordadas entre os empreendedores do resorte a prefeitura. Sete bicicletas foram de fato doadas pela DFB à escola. Enormes e acompanhadas de capacetes, foram entregues pessoalmente por Oliver Bierhoff, que afirmou custar 1 500 euros cada uma. Em seu último dia na vila, Bierhoff também passou às mãos do cacique Piki, da aldeia Coroa Vermelha, um cheque simbólico no valor de um carro. Na aldeia vivem 800 pessoas e não há nenhum veículo. O cacique havia pedido o automóvel para levar pessoas a hospitais e postos de saúde. Ele conserva o cheque gigante, no estilo Faustão, num lugar seguro, “enquanto o dinheiro vivo não chega”.

Nas redes a invencionice reinou....

Nenhum comentário:

Postar um comentário